Victoria Brooks
I Burn the Way Money Burns: 1980s Experimental Feminist Film
O poema “The Breast”, de Anne Sexton, termina com a frase “I burn the way money burns”, sugerindo a natureza complexa e contraditória da natureza do desejo feminino, apontando, especificamente, para o papel estruturalmente imposto a que pertence – não só de amante, mas de zeladora e mãe. Os cinco filmes, selecionados a partir de uma década de produção audio- visual contida nos arquivos de filmes de artistas britânicos que fazem parte da LUX e da Cinenova, vão além do confronto com essa natureza dual do trabalho da mulher. Através da experimentação formal do som e da imagem, também perspetivam o que Lis Rhodes descreve como “geometry of creeping lines”, que inscrevem a relação social de reprodução no próprio espaço. Lutando com essas múltiplas escalas temporais do trabalho feminino, estes filmes recorrem a uma vasta diversidade de técnicas para dar uma forma visível à dificuldade real de representar o trabalho doméstico e o tempo não remunerado. Através das lentes de uma câmara “genderizada”, focam detalhes e padrões desses processos subjacentes de modo a oferecer imagens inovadoras do quotidiano e dos padrões intermináveis do trabalho no feminino. Estes filmes, raramente exibidos, serão visionados e colocados no contexto internacional do feminismo britânico, italiano e das diásporas, com particular ênfase nas pioneiras teorias italianas do trabalho doméstico emergentes nos anos 70 e nas teorias feministas do espaço associadas ao pensamento de Doreen Massey e Giuliana Bruno.
Victoria Brooks trabalha como curadora de projetos de “time- -based art“ no EMPAC do Rensselaer Polytechnic Institute (Nova Iorque), onde comissariou: Andros Zins-Browne + Karthik Pandian, Charles Atlas, Silas Riener + Rashaun Mitchell, Isabelle Pauwels, Lucy Raven, Rosa Barba e Tarek Atou, entre as recentes e próximas apresentações. É cofundadora (com Evan Calder Williams e Lucy Raven) do coletivo de pesquisa e produção Thirteen Black Cats, e é curadora residente no LUX (Londres). Em 2013 iniciou The Jaffe Colloquia, série de seminários em torno da condição e perspetivas das “time-based arts”. Antes do seu trabalho no EMPAC, fundou, com Andrew Bonacina, a plataforma curatorial itinerante The Island, foi cocuradora do programa mensal de filmes de artistas na Serpentine Gallery (Londres), e programadora regular na Calder Foundation e na artnoair.org (ambas em Nova Iorque).
Evan Calder Williams
Shard Cinema
Partindo da recolha e pesquisa para o seu próximo livro, Shard Cinema, uma arqueologia das imagens em movimento contem- porâneas através das tecnologias, técnicas e o trabalho que as articula, Evan Calder Williams argumenta que, com a crescente proeminência da composição digital, as imagens em movimento estão a sofrer uma mudança tão significativa como os progres- sos técnicos do passado: o movimento de câmara, o som ou a cor. A composição digital levou ao colapso da alegada separa- ção entre cinema e animação, que Williams considera como um enquadramento crucial através do qual as imagens em movi- mento foram lidas durante o século XX. Williams posiciona-se contra a corrente dominante de que os filmes, os videojogos e os espetáculos digitalmente manipulados são menos “reais”, por não serem rodados nos locais e, consequentemente, menos capazes de revelar as estruturas sociais e espaciais do capitalismo. O autor afirma o oposto: o modo como essas imagens revelam – e abordam – os seus próprios processos de criação, mostra-nos uma relação triangular, particularmente forte, entre produção, produto e trabalho de bastidores. Desta forma, estas imagens são parte de uma difusa “educação estética” em que somos ensinados a atribuir sentido a uma extraordinária montagem de dados, dinheiro, tempo e técnica, constituindo um novo paradigma visual em que o fluxo de trabalho e a obra de arte são cada vez mais semelhantes.
Evan Calder Williams é escritor, teórico e artista. É o autor de “Combined and Uneven Apocalypse” e “Roman Letters”, assim como de dois livros que tem no prelo para 2015, “Shard Cinema” e “Donkey Time”. Contribuiu com textos para as publicações: Film Quarterly, The New Inquiry, Historical Materialism, La Furia Umana, The Italianist, World Picture e Third Rail, e colabora como editor para a Viewpoint Magazine. Apresentou filmes, performance e trabalhos sonoros na Serpentine Gallery (Londres, 2014); Montreal International Festival du Nouveau Cinéma (2014); Artists Space (Nova Iorque, 2013); Tramway (Glasgow, 2012); e no Whitney Museum (Nova Iorque, 2012), entre outros locais. Durante 2015 é artista residente no ISSUE Project Room (Nova Iorque) e leciona no Bard College’s Center for Curatorial Studies (Nova Iorque). Williams é cofundador (com Victoria Brooks e Lucy Raven) do coletivo de pesquisa e produção Thirteen Black Cats.
Maumaus
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1050-021 Lisboa, Portugal
Monday to Friday, 10h00 to 13h00,
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maumaus@maumaus.org
Upcoming:
Manthia Diawara
AI: African Intelligence
Batoto Yetu Portugal, Caxias
01.12.2024, Sunday, 11h00
The ticket price is €8.00 and includes lunch, with required registration at batotoyetu@gmail.com, indicating name and telephone number.
Current:
Problematising Reality
Programme 6
Beyond the White Screen
Film:
Les mains libres (1964) by Ennio Lorenzini
Discussion:
Émilie Goudal, Zineb Sedira
Fundação Calouste Gulbenkian, Auditório 3, 31.10.2024 | 18h30
Current:
Seminar
Amanda Boetzkes
Realism Without Authority
01.04, 04.04.2022
10h–13h, 14h–17h
Fundação Calouste Gulbenkian
Registration is free but limited to the number of seats available. Please send an email with a short CV to admin@maumaus.org by 24.03.2022. Confirmation of registration will be sent by email. The seminar will be in English.
Lumiar Cité
Rua Tomás del Negro, 8A
1750-105 Lisboa, Portugal
Wednesday to Sunday, 15h00 to 19h00
or by appointment.
Tel: + 351 21 755 15 70
lumiar.cite@maumaus.org
Loretta Fahrenholz
Circle Navel Nil
24.04. – 27.06.2021
24.06 | 18h00 Online conversation with Sabeth
Buchmann, Loretta Fahrenholz and Jürgen Bock
Current:
Luisa Cunha
ODD
28.09. – 22.12.2024
20.01 | 16h00 Opening of the exhibition
16.03 | 17h00 Talk between Dozie Kanu
and Simon Thompson
Current:
ONCE IN A HUNDRED YEARS
Sid Iandovka & Anya Tsyrlina with Leslie Thornton & Thomas Zummer
A combined exhibition between
Lumiar Cité and Kunsthalle Friart Fribourg.
Lumiar Cité
27.04. – 28.07.2024
Kunsthalle Friart Fribourg
18.05. – 28.07.2024
27.04. – 28.07.2024 | Lumiar Cité
18.05. – 28.07.2024 | Kunsthalle Friart Fribourg
A co-production by Lumiar Cité
and Artium Museum
14.10 | 17h00 Book launch with talk between
Alejandro Cesarco and
Miguel Wandschneider
| 18h00 Opening of the exhibition
Current:
Artium Museum, Vitoria-Gasteiz
24.03. – 24.09.2023
Upcoming:
Lumiar Cité
14.10.2023 – 14.01.2024
Collaboration:
The Educational Web
Kunstverein in Hamburg
01.04. – 06.08.2023
Closed 24, 25, 31 December and 1 January
Arne Kaiser and Jürgen Bock
In cooperation with Lumiar Cité:
Tiffany Chung
Thu Thiêm: an archaeological
project for future remembrance
08.06. - 08.09.2019
Johann Jacobs Museum
In co-production with Lumiar Cité:
Alejandro Cesarco
Other Recent Examples
24.03. - 24.09.2023
Artium Museum
The Educational Web
31.03. - 06.08.2023
Kunstverein in Hamburg
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